Ocupação da Câmara por professores termina em confusão entre a categoria

Algo em torno de 80 professores da rede municipal de ensino de São Luís ocuparam o plenário da Câmara dos Vereadores na tarde de ontem (20). A ocupação foi feita por não acontecer à audiência pública marcada para ser realizada às 14h, no Plenário Simão Estácio da Silveira.

Só que o manifesto acabou em confusão, por volta das 20 horas, quando uma das manifestantes investiu contra a presidente do SinEducação, Lindalva Batista, ameaçando espancá-la. Com isso, eles deixaram o prédio do Legislativo e cada um tomou o rumo de casa.

Os docentes ficaram revoltados com anulação de uma Audiência Pública, por não ter o quórum (numero mínimo de vereadores para iniciar dos trabalhos da casa) e, principalmente pelo secretário de educação, Othon Bastos e pelo promotor de educação Paulo Avelar não comparecerem à casa legislativa. A audiência como o tema: “Problemática existente na rede municipal de educação” foi um encaminhamento da vereadora Rose Sales. “O presidente Pereirinha abriu e encerrou a audiência por não haver quórum e pelos convidados não comparecerem. Ficamos revoltados e decidimos ocupar o prédio da Câmara dos Vereadores até que o secretário de educação ou o promotor venha conversar com a gente, para negociarmos a nossa pauta de reivindicações”, disse o professor Jorge Roberto Silva Dias, secretário administrativo do SINDEDUCAÇÃO.

Estiveram presentes para a audiência somente os presidentes da câmara Isaias Pereirinha e a vereadora Rose Sales. Os manifestantes prometeram acampar no Plenário da câmara, caso as autoridades do setor da educação municipal não comparecessem para dialogar com os representantes da categoria.

Os docentes estão em greve desde 15 de janeiro e reivindicam uma pauta composta por 30 itens como: pagamento das progressões; incorporação de 1/3 da carga horária para atividades complementares do professor; melhoria nas condições da infra-estrutura das escolas; nomeação dos docentes aprovados em concurso; garantia da efetivação do piso salarial da categoria de R$ 1.451 para no máximo 40h de trabalho semanal, e outros. “Desde que entramos em greve não fomos recebidos pelo secretário Othon Bastos para negociar nossa pauta, queremos que ele nos receba e converse com nossa categoria”, disse professor Jorge Duarte.

Mobilização – Na manhã de hoje (21), os professores da rede municipal de ensino vão se concentrar a partir das 8h, em frente à Praça Deodoro para realizar uma marcha em repúdio a atual qualidade de ensino do município. Os manifestantes vão percorrer as principais ruas do centro com destino a Prefeitura de São Luís.

A ocupação do plenário da Câmara foi um equívoco, de acordo com o vereador Francisco Carvalho. Ele disse que a Câmara está cumprindo o seu papel, como órgão de intermediação. O presidente da Casa, Pereirinha, também afirmou que o Legislativo está sempre disposto a ajudar as categorias que procuram os vereadores.