Lindemberg Alves, que começa a ser julgado nesta segunda-feira acusado de matar Eloá Pimentel,
de 15 anos, em 13 de outubro de 2008, chegou ao fórum de Santo André
nesta manhã. Ele deixou o presídio de Tremembé (SP) por volta das 6h20 e
chegou a local do júri popular por volta das 8h10. No local, o clima é
tranquilo. Estudantes de Direito começaram a formar filas no início da
madrugada em busca de senhas para acompanhar o julgamento.
Crimes: relembre o caso Eloá
O júri: saiba como será o julgamento de Lindemberg
Eloá foi retida em casa em uma segunda-feira, e mais de cem horas depois, na sexta-feira, levou dois tiros e morreu. Nayara Rodrigues, 15, foi baleada no rosto, mas sobreviveu. Outros dois garotos foram liberados ilesos no primeiro dia de sequestro.
Perfil violento e manipulador: Lindemberg estava decidido a matar Eloá, defende acusação
Dezenove testemunhas podem ser ouvidas durante o julgamento – cinco de acusação, arroladas pela promotora de Justiça Daniela Hashimoto, e outras 14 de defesa, convidadas pela advogada Ana Lúcia Assad. Cinco repórteres e apresentadores de emissoras de televisão, peritos criminais e policiais foram chamados pela defesa. A ideia é mostrar como a cobertura jornalística pode ter influenciado negativamente o réu.
Caso todas as testemunhas sejam ouvidas, o julgamento pode durar até
três dias. Lindemberg responde por 12 crimes - todos cometidos no
período que manteve Eloá e outros três em cárcere. Ele é acusado desde o
homicídio de Eloá, manter quatro pessoas reféns, duas tentativas de
homicídio (de Nayara Rodrigues e um sargento da Polícia Militar) e o
disparo de quatro tiros a esmo pela janela do apartamento.
Testemunhas
As testemunhas de acusação são: Vitor Lopes de Campos e Iago Vilera de Oliveira (amigos de Eloá que foram mantidos reféns no primeiro dia), Nayara Rodrigues (mantida em cárcere privado com Eloá e também baleada no rosto), o sargento da Polícia Militar Atos Antônio Valeriano (pela tentativa de homicídio que sofreu) e Ronickson Pimentel dos Santos (irmão mais velho de Eloá e era amigo do réu). Para a promotoria, este último é peça fundamental para a construção do perfil do réu considerado “manipulador, violento e possessivo”.
Entre as testemunhas de defesa, estão cinco jornalistas de emissoras de televisão. Segundo o Ministério Público, eles foram chamados pelo contato “próximo e relevante” que tiveram com o acusado. São eles: Sônia Abrão (Rede TV!), Márcio Campos e Rodrigo Hidalgo (TV Bandeirantes), Ana Paula Neves e Reinaldo Gottino (TV Record).
Peritos e policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), que atuaram nas negociações e resgate, também estão entre os convocados pela defesa. São eles: Nelson Gonçalves (perito criminal do Instituto de Criminalística de Santo André); Marcos Antônio Assumpção Cabello (advogado e também participou das negociações); Ricardo Molina (perito); Dairse Aparecida Pereira Lopes (perita que realizou a reconstituição do crime); Hélio Rodrigues Racciotti (perito); Sérgio Luditza (delegado que presidiu o inquérito); Adriano Giovanini (negociador do Gate) e Paulo Sérgio Squiavo (tenente do Gate).
Júri
Segundo o MP, no primeiro período do julgamento será realizado o sorteio das pessoas que irão compor o júri. Ao todo, 25 jurados – todos residentes de Santo André – foram convocados e indicados pela Justiça. Se no mínimo 15 se apresentarem no dia será realizado o sorteio. Tanto a defesa como a acusação tem o direito de recusar um jurado em até três ocasiões. No final, sobrarão os setes jurados que irão permanecer incomunicáveis a partir desse momento.
Ao final do primeiro dia de julgamento, os escolhidos são levados para um hotel na região. Os quartos, que já passaram por vistorias da Polícia Militar, não possuem pontos de internet, televisores ou telefone. Um oficial de Justiça acompanhará a estadia de cada jurado para evitar qualquer comunicação com o meio externo.
Julgamento
Feito o sorteio, inicia-se as oitivas das testemunhas. Não há um tempo limite para os depoimentos. Após esse período, Lindemberg será convidado a falar. Ele tem o direito de ficar em silêncio. Depois disso, serão iniciados os debates entre promotoria e defesa – cada parte terá 1h30 para defender suas teses. “Se necessário, a promotoria tem direito há uma réplica de 1h”, explica Daniela.
A promotora, que assumiu o caso em novembro do ano passado, está
certa da condenação de Lindemberg, que pode passar os cem anos. Para
ela, as provas são “cristalinas” e revelam que o crime foi premeditado. A
peça apresentada pela acusação será o áudio gravado durante as
operações do Gate. Segundo ela, “o intervalo entre o arrombamento da
porta e os disparos efetuados por Lindemberg [já comprovados em laudo]
revela que ele teve tempo para se entregar, mas escolheu não fazê-lo”.
Já a defesa, segundo a promotora, irá apresentar uma mídia com mais de 16 horas de material com a cobertura jornalística do caso. Para Daniela, a intenção da defesa será mostrar que o sensacionalismo e um possível contato abusivo da imprensa influenciaram negativamente Lindemberg. “Culpar a imprensa e a ação do Gate é uma forma de tentar tirar o foco do julgamento. Minha única intenção é reforçar os laudos”, concluiu a promotora.
O iG tentou entrar em contato com a advogada Ana Lúcia Assad, defesa do Lindemberg. Porém, até o momento da publicação desta reportagem, ela não havia sido encontrada.
Crimes: relembre o caso Eloá
O júri: saiba como será o julgamento de Lindemberg
Eloá foi retida em casa em uma segunda-feira, e mais de cem horas depois, na sexta-feira, levou dois tiros e morreu. Nayara Rodrigues, 15, foi baleada no rosto, mas sobreviveu. Outros dois garotos foram liberados ilesos no primeiro dia de sequestro.
Perfil violento e manipulador: Lindemberg estava decidido a matar Eloá, defende acusação
Dezenove testemunhas podem ser ouvidas durante o julgamento – cinco de acusação, arroladas pela promotora de Justiça Daniela Hashimoto, e outras 14 de defesa, convidadas pela advogada Ana Lúcia Assad. Cinco repórteres e apresentadores de emissoras de televisão, peritos criminais e policiais foram chamados pela defesa. A ideia é mostrar como a cobertura jornalística pode ter influenciado negativamente o réu.
Em
13 de outubro de 2008, segunda-feira, Eloá Pimentel fazia um trabalho
escolar com os colegas, quando Lindemberg Alves, entrou no local com um
revólver em punho - Foto: iG Arte
1/11
Foto: AE
Eloá Pimentel durante o sequestro em 2008, em um dos momentos em que apareceu na janela do apartamento
Testemunhas
As testemunhas de acusação são: Vitor Lopes de Campos e Iago Vilera de Oliveira (amigos de Eloá que foram mantidos reféns no primeiro dia), Nayara Rodrigues (mantida em cárcere privado com Eloá e também baleada no rosto), o sargento da Polícia Militar Atos Antônio Valeriano (pela tentativa de homicídio que sofreu) e Ronickson Pimentel dos Santos (irmão mais velho de Eloá e era amigo do réu). Para a promotoria, este último é peça fundamental para a construção do perfil do réu considerado “manipulador, violento e possessivo”.
Entre as testemunhas de defesa, estão cinco jornalistas de emissoras de televisão. Segundo o Ministério Público, eles foram chamados pelo contato “próximo e relevante” que tiveram com o acusado. São eles: Sônia Abrão (Rede TV!), Márcio Campos e Rodrigo Hidalgo (TV Bandeirantes), Ana Paula Neves e Reinaldo Gottino (TV Record).
Peritos e policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), que atuaram nas negociações e resgate, também estão entre os convocados pela defesa. São eles: Nelson Gonçalves (perito criminal do Instituto de Criminalística de Santo André); Marcos Antônio Assumpção Cabello (advogado e também participou das negociações); Ricardo Molina (perito); Dairse Aparecida Pereira Lopes (perita que realizou a reconstituição do crime); Hélio Rodrigues Racciotti (perito); Sérgio Luditza (delegado que presidiu o inquérito); Adriano Giovanini (negociador do Gate) e Paulo Sérgio Squiavo (tenente do Gate).
Júri
Segundo o MP, no primeiro período do julgamento será realizado o sorteio das pessoas que irão compor o júri. Ao todo, 25 jurados – todos residentes de Santo André – foram convocados e indicados pela Justiça. Se no mínimo 15 se apresentarem no dia será realizado o sorteio. Tanto a defesa como a acusação tem o direito de recusar um jurado em até três ocasiões. No final, sobrarão os setes jurados que irão permanecer incomunicáveis a partir desse momento.
Ao final do primeiro dia de julgamento, os escolhidos são levados para um hotel na região. Os quartos, que já passaram por vistorias da Polícia Militar, não possuem pontos de internet, televisores ou telefone. Um oficial de Justiça acompanhará a estadia de cada jurado para evitar qualquer comunicação com o meio externo.
Julgamento
Feito o sorteio, inicia-se as oitivas das testemunhas. Não há um tempo limite para os depoimentos. Após esse período, Lindemberg será convidado a falar. Ele tem o direito de ficar em silêncio. Depois disso, serão iniciados os debates entre promotoria e defesa – cada parte terá 1h30 para defender suas teses. “Se necessário, a promotoria tem direito há uma réplica de 1h”, explica Daniela.
Foto: AE
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Lindemberg Alves com policiais militares do Gate ao sair do apartamento de Eloá. (17/10/2008)
Já a defesa, segundo a promotora, irá apresentar uma mídia com mais de 16 horas de material com a cobertura jornalística do caso. Para Daniela, a intenção da defesa será mostrar que o sensacionalismo e um possível contato abusivo da imprensa influenciaram negativamente Lindemberg. “Culpar a imprensa e a ação do Gate é uma forma de tentar tirar o foco do julgamento. Minha única intenção é reforçar os laudos”, concluiu a promotora.
O iG tentou entrar em contato com a advogada Ana Lúcia Assad, defesa do Lindemberg. Porém, até o momento da publicação desta reportagem, ela não havia sido encontrada.

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