Premiê afirma que Hillary Clintou 'deu um sinal' aos opositores ao denunciar supostas irregularidades na votação
“Eles ouviram esse sinal e, com o apoio do Departamento de Estado americano, começaram a agir”, afirmou Putin, em discurso transmitido na televisão russa.
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Foto: AP
Putin participa de reunião em Moscou, na Rússia
Policiais reprimiram os protestos e entraram em choque com manifestantes, detendo centenas. Em Moscou, cerca de 50 mil policiais e militares estão nas ruas para garantir a segurança, e Putin sugeriu que as medidas podem ser reforçadas. “Precisamos pensar sobre a ideia de reforçar a lei e punir aqueles que realizam a tarefa de um governo estrangeiro de influenciar no processo político interno”, disse o premiê.
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Putin afirmou que muito dinheiro externo foi usado para financiar campanhas eleitorais na Rússia. “Isso nos faz parar para pensar quanto dinheiro investido a partir do exterior é usado para interferir na atividade política interna do país”, afirmou. “É inadmissível o investimento de dinheiro externo em processos eleitorais.”
Na segunda-feira, Hillary citou preocupações sobre irregularidades na votação e, um dia depois, voltou a criticar as eleições russas dizendo que a população “merece uma investigação completa sobre fraudes e manipulações eleitorais”.
De acordo com a chanceler americana, as eleições russas não foram "livres e justas", afirmando que isso demonstra que menosprezam a confiança da cidadania em suas instituições. As declarações de Hillary foram criticadas pelo presidente russo, Dmitri Medvedev, e pelo Ministério das Relações Exteriores, que considerou o comentário “inaceitável”.
Nesta quinta, após as críticas de Putin, Hillary afirmou que suas declarações foram "bem fundamentadas" e que o fato de EUA e Rússia terem desentedimentos sobre a instalação de um sistema de defesa antimísseis na Europa não justifica a adoção de medidas de contenção por parte do governo russo.
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Todos os setores opositores e observadores internacionais foram unânimes ao denunciar graves irregularidades na votação de domingo. As autoridades russas, por sua parte, dizem que a votação foi perfeitamente livres e justas e rejeitam todas as acusações de fraude.
Entre as denúncias se destacam a introdução em massa de cédulas e o transporte em ônibus de dezenas de pessoas a diferentes colégios para que votassem repetidamente no partido governista. "A qualidade do processo eleitoral se deteriorou consideravelmente durante a apuração, que foi caracterizada por frequentes violações de procedimentos e casos de aparente manipulação, incluindo indícios graves de introdução em massa de cédulas nas urnas", apontou o relatório dos observadores internacionais.
Nesta quinta-feira, Medvedev declarou em Praga que as supostas irregularidades devem ser investigadas. "As perguntas que os descontentes levantam sobre as eleições são razoáveis. Se há irregularidades é preciso investigá-las, mas para isso há juízes", afirmou em coletiva concedida após uma reunião com o governante da República Checa, Václav Klaus.
"Não há uma máquina eleitoral perfeita", reconheceu, afirmando que seu país escutou a voz dos observadores internacionais e agora a investigação "deve ser feita cuidadosamente, com vídeos e material fotográfico".
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